A arrecadação de impostos no Brasil e seu financiamento através do endividamento do brasileiro: Reflexões sobre o consumo cotidiano
Por Ricardo São Pedro
O Brasil, uma nação repleta de diversidade e potencialidades, enfrenta um desafio constante em equilibrar suas contas públicas e financiar suas atividades governamentais. No centro desse desafio está a arrecadação de impostos, um componente crucial para a manutenção das operações estatais. Entretanto, tem algo que financia a arrecadação desses impostos que é o endividamento dos cidadãos. O uso excessivo do crédito fácil, faz com que o indivíduo consuma parcelado e pague o imposto devido pelo consumo à vista.
Dados de reportagem da Agência Brasil, veiculada em 1º de fevereiro de 2024, trazem que o percentual de famílias com dívidas, em atraso ou não, ficou em 78,1% em janeiro deste ano. A taxa ficou acima dos 77,6% de dezembro e dos 78% de janeiro de 2023. Dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada naquele dia pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
É interessante notar que, em uma sociedade onde o parcelamento de compras é uma prática comum, o recolhimento de impostos não segue a mesma lógica. Enquanto os consumidores têm a opção de dividir suas compras em prestações mensais, o Estado não oferece a mesma facilidade quando se trata do pagamento de impostos. Isso leva a arrecadação imediata e o pagamento do consumo de forma parcelada e com um acréscimo que diz respeito ao aluguel do dinheiro que foi utilizado.
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado recordes na arrecadação de impostos mensais, o que à primeira vista pode parecer uma conquista positiva. Contudo, uma análise mais detalhada revela que essa arrecadação está fortemente ligada ao uso do crédito. Em uma economia onde o acesso ao crédito é relativamente ou extremamente fácil, muitos brasileiros optam por comprar a prazo, mas a o pagamento do imposto referente aquele consumo é imediato.
Essa prática tem implicações sérias para a estabilidade financeira do país. Ao financiar a arrecadação de impostos através do endividamento dos cidadãos, o Estado aumenta a carga financeira das famílias brasileiras, que já enfrentam diversos desafios econômicos. Por outro lado, temos o crescimento do endividamento público que pode resultar em uma dívida insustentável, comprometendo a estabilidade econômica de longo prazo, mas esse é um assunto para outro texto aqui no blog.
Para reverter essa tendência preocupante, é crucial adotar medidas que promovam uma Educação Financeira a toda população, para que se tenha o imposto sendo pago, mas sem implicar em pagamento de juros por parte do consumidor. Não seria melhor se planejar para consumir e evitar o pagamento de juros, ao contrário ter valores referentes aos rendimentos referentes ao período de acúmulo para viabilizar o consumo que se pretende? Como ainda não temos o devido respaldo por parte do Estado o melhor é procurar aprender sobre o assunto por conta própria e fazer essa situação se reverter.
A arrecadação de impostos no Brasil e seu financiamento através do endividamento do brasileiro refletem um desafio complexo que requer uma abordagem abrangente e coordenada, por parte do governo, mas também de conscientização por parte da população, conscientização que pode se estabelecer através do consumo de todo conteúdo de qualidade que temos sobre o assunto disponível para todos aqui na Internet. Somente através de medidas que promovam a transparência, a eficiência e a responsabilidade fiscal será possível garantir um futuro financeiro mais estável e sustentável para o país e seus cidadãos.
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